Eu acho isto perfeitamente maravilhoso. Ando no mar
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Estava a ver na televisão o Pedro Passos Coelho, na noite das eleições e não me sai da cabeça que o homem mora em Massamá. Acho mal. Considero, portanto, que a primeira coisa que deverá fazer é mudar-se já para São Bento. Com a família e os cães, sem querer agradar a jornalistas demagógicos, poupadinhos e popularuchos e sem medo nenhum da Ana Gomes que, cheia de invejinhas e mau perder e sem dúvida vitimada por uma bad trip, causada por um pacotinho daquelas ervas malucas PARA CONSUMO ANIMAL, andou a tentar meter medo às pessoas tecendo rusticidades sobre a vida privada do Paulo Portas. Por tais considerandos, deveria ser mandada de forma compulsiva casar com o camarada-poeta Manuel Alegre e compelida a cerzir-lhe as meias velhas, todas as noites, enquanto ele lhe contasse histórias sobre os seus tempos na Tuna Académica de Coimbra.
Por isso, Pedro, volto ao princípio, não me querendo perder que tenho medo do que o “femi” vai fazer com os meus amigos que aí estão. Mude-se. Nada de discursos tipo, “Vou continuar a viver em Massamá porque gosto muito do Pão de Mafra e de ir à Feira de São Pedro, aos Domingos”. O Primeiro Ministro não pode viver em Massamá. Em Massamá viveu uns anos a minha mãe, num ataque de loucura e paixão pelas cozinhas gigantes e pelo chão brilhoso, em imitação de mármore, dos apartamentos do Senhor J. Pimenta. E foi horrível. Tão horrível que há muitos amigos meus que, ainda hoje, não sabem desses anos de miséria da senhora minha mãe, porque sou uma pessoa muito primária e achei que iam deixar de gostar de mim. Mude-se, please.
O outro conselho que me ocorreu dar-lhe, Pedro Passos Coelho, porque o nosso povo e com certeza a senhora do PS gostam de machos com ar de quem dão quecas muito bem dadas às mulheres todos os dias é que abandone esse seu olhar tão bonzinho. Volto a afirmar-lhe que as pessoas gostam é dos maus, estude o olhar do actor Yul Brynner, do escritor Francisco José Viegas, quando está zangado ou, em último caso do Anthony Hopkins. E veja filmes de Cowboys. E nesses não queira ter o ar e as trancinhas do Índio bonzinho.
Lembre-se, já ganhou. Pode ser um bocado mau. Mas não exagere, não mande as senhoras das feiras trabalhar e pegar em enxadas. Até porque não há trabalho em Portugal e isso pode ser entendido como um total desconhecimento dos dossiers da sua parte.
Se não conseguir esta coisa dos olhares, que é sempre muito pessoal, tente despentear um bocadinho o cabelo. A combinação do cabelo sempre alinhado e dos olhos tristes é que não pode ser – lembre-se, macho latino e tal. A propósito, não desanime porque tem um dado muito importante a seu favor, use esse dado, refira sempre, principalmente quando lhe estiverem a fazer perguntas incómodas ou os senhores do “femi” queiram mandar em si, “Olhe que eu já fui casado com uma DOCE”. Responda à pergunta, mas acabe sempre com: “E eu já fui casado com uma DOCE, não me chateiem”. Isso vai desconcertar os jornalistas e dar-lhe pontos, muitos pontos.
No imaginário da populaça — eu, jornalistas e senhores do “femi” — uma DOCE será sempre uma exigente a nível sexual, senão veja-se: à uma da manhã, às duas da manhã e no café pra dois.
Parece que o Pedro Passos Coelho é amigo do engenheiro Ângelo Correia, então deve conhecer-lhe este vício que vou referir. O engenheiro Ângelo Correia faz parte das minhas lembranças de pequenina porque era um dos ódios de estimação do meu pai, que dizia que o senhor se justificava sempre com três razões para tudo. Assim que ele aparecia na televisão o meu pai começava a gritar pela sala a dizer: lá vem O Três Razões, isso sei lá porquê traumatizou-me um bocado e não gosto do referido engenheiro, mas hoje estou igual a ele, também. E por isso tenho um terceiro conselho a dar-lhe: Não cante. Não cante mais em público. Isso é mau, as pessoas reviram-se na cadeira e por muito que tenham odiado o seu antecessor e estejam felizes por se terem visto livres dele, não acham piada, nem vão gostar mais de si. Não abuse de si nem de ninguém. No outro dia já tive que o defender perante uma cambada de zucas gozões na padaria Rio-Lisboa, aqui no Rio. Não faça com que os seus emigrantes, cá fora a lutar pela vida, morram de vergonha alheia. Já bem basta o que basta e eles acharem de nós o que acham... Então, por favor, do fundo do meu coração, limite-se a fazer o bem ao nosso país e aos portugueses que andam tão tristes (ainda mais tristes do que sempre nos foi natural e saudável) e sem dinheiro e não minta. Por favor, não minta (afinal são quatro conselhos). Recorde a frontalidade e tenacidade do Francisco Sá Carneiro, em tudo e principalmente na forma como amou. E confie na capacidade do Paulo Portas - apesar da senhora do cabelo ruim que usa conjuntos saia-casaco cor de cáca -, o Paulo Portas foi junto com o Miguel Esteves Cardoso, o criador do jornal mais inovador e mais giro da nossa geração.
Boa sorte para si. Tenho muitas saudades de um país de pessoas felizes.
(Crónica publicada hoje no suplemento LIV do i)
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