no lugar do morto
Outubro 29, 2008
Era ao lado de Vergara. Definitivamente, era ao lado de P. Vergara que Max queria estar. E estava. Ali mesmo, sentada naquele BMW conversível cem mil quilómetros, que ele tinha ido comprar num lugar qualquer longe, longe, daqueles que só ele inventava.
Olhou em frente e viu as curvas e os sobreiros e ouviu muito bem a música que tocava no toca-fitas. Era ao lado dele. E estava ao lado dele e mais uma vez olhou em frente e sentiu-se feliz e porque se sentiu feliz, colocou a mão dela em cima da perna dele, que se distendia enquanto as mudanças iam sendo postas e não quis que aquele momento acabasse, ou que a casa para onde ele a levava chegasse, porque era um daqueles momentos perfeitos em que o cheiro, a música, as mãos, os cabelos, a cor da pele, as roupas e os cigarros se encarregavam de a fazer pensar que o passado não existia e o futuro também não.