O PREC de Sebastião
Abril 27, 2008
Foi para o quarto, acendeu a luz do closet e abriu a caixa redonda de creme Nívea azul. Pegou no anel e deitou-se na cama com ele rodando entre os dedos. Amanhã, pensou. Olhou para o tecto, depois para o baú ao lado da cama, onde guardava os Moleskine em que ela lhe escrevia coisas às escondidas e outras parafernálias de homem usado. E depois, sem saber bem por onde começar, mas com muita vontade de começar, olhou para os pés, para a merda das botas Timberland.
Excitado por voltar a ser dono de si mesmo ao fim de tanto tempo, pegou num saco preto e começou a recolher os objetos que eram ela, nele. Bardamerda, Marta. Estragámos tudo e as botas também vão.
Excitado por voltar a ser dono de si mesmo ao fim de tanto tempo, pegou num saco preto e começou a recolher os objetos que eram ela, nele. Bardamerda, Marta. Estragámos tudo e as botas também vão.