Mudar
Janeiro 30, 2009
Entre 2003 e 2009 escrevi que nem louca no Blogger, como se numa crise de adolescência tardia, tentando ordenar a vida que é sempre mais uma vidinha. Escrever ajuda muito. Escrever num blog ajuda mais ainda porque dá muito gozo, porque não se tem hora, nem dia, nem obrigação. É uma preguicite aguda que faz bem ao ego. O meu analista todas as sessões me pede, encarecidamente, para nunca deixar de escrever no blog, porque ele sabe que as loucuras que aqui deixo são nós a menos lá na sala de Botafogo.
Não faço balanços. Apenas porque não tenho capacidade, nem memória suficiente - nunca me lembro corretamente de um livro, nem o sei discutir - e também porque sou uma infeliz imediatista. Vivo para o momento. Com tudo o que isso tem de bom e é claro com todas as porcarias que isso também tem. Mas foi bom, lá no Blogger. Estava por minha conta e acho que nunca estive tão sozinha: Queria a letra x tinha que a fazer, o layout y, tinha que o procurar, inserir comentários, tirar comentários estúpidos, etc. Escrevi literalmente para o boneco, que é para quem se deve escrever, senão não sai nada de jeito e era uma coisa de mim para mim. Alone. Pau para toda a obra.
E a verdade é esta. Mudei para o Sapo porque gostei dos mimos. E porque é muito bom aceitar convites. E porque se querem saber, estava já um bocado cansada de tanta solidão e gosto muito de ser cuidada e de estar mais perto da pátria e dos pastéis de nata e do peixinho fresco e do Mercado da Ribeira (mesmo que nunca lá vá) e do Chiado e das bichas para comprar café Nespresso e da segunda circular com os aviões a chegar em cima da nossa cabeça.
É isso. Mudei porque quem fica parado é poste.
A seguir virá mais do mesmo.
Boa altura de me deslinkarem se estiverem fartos. Ou não. Ou não, please.
Agradeço o convite à Maria João Nogueira e a paciência ao Pedro Neves e vamos lá.