Sasha, a filha de Xuxa, fez nove anos esta semana e eu, nas minhas caminhadas Ataúlfo de Paiva pra cima e pra baixo, pensando nela. O gerúndio aqui faz todo o sentido. Não é queda para Roberto Leal, que já disse que sofro de muitos males, mas desse, de imitar sotaque brasileiro, fujo como um diabo dos alhos. Penso sim, muitas vezes, nas Sashas, nas Vitórias, nas Thaís, nas Rebeccas, nas Grazielis da vida, peruínhas potênciais, gatinhas de nove anos, ensinadas a gostar, pela mão de mães gostosas e gastosas, da instigante exposição do
brinco ouro star da
H. Stern.
Não é uma gracinha, esta sandália de oncinha. Dizia, outro dia, uma mãe adulta, culta e que considero. Claro que não me conhece como deve ser. Se não saberia que perguntar-me uma coisa destas equivale a propôr-me lições de oboé. A peruíce é a minha praia, mas devo ter feito uma cara tão esquisita que nunca mais me convidou para nenhum programa. Não fui suficientemente feminina. Pela minha falta de feminilidade quando comparada com as locais, a minha rica filha passa os dias de ténis ou de Havainas, único calçado sem
saltinho e sem ser rosinha disponível. Mas é uma dor. E não estou certa de onde este meu regime taliban a levará, tadinha, que às vezes, tinha todo o direito de se mascarar de Rapunzel, Cinderela ou Branca de Neve. Mas, já viram a Rapunzel? Não consigo, não consigo. Uma mini-perua em casa seria o mesmo que ter-me casado com uma mulher de pelos púbicos ruivos.
Claro que tudo isto se tratava com algumas sessões de análise. Não tivesse o dinheiro acabado de ser estapafurdiado em inacreditável viagem a Lisboa para ir ver os Police.