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um blog da diáspora blasée

Roberto Carlos e Caetano Veloso, para quem goste de clássicos

Maio 31, 2008


ENGRAÇADO COMO O CAETANO VELOSO ENVELHECEU BEM, não? O mesmo não poderei dizer do REI que, neste momento, anda próximo de parecer uma múmia com orelhas de dr. Spock. E já agora quando, na escola, brincava ao Espaço 1999 eu era sempre o John. Só não posso contar quem era a Dra. Helen. Estou farta de me chatear por causa do blog.

...

Maio 30, 2008

Consegues ver lá ao fundo, encravado entre o morro e a favela, o Hotel Sheraton? É uma parvoíce o hotel ali. Imagino os turistas assustados quando entendem exatamente onde estão. Naquela altura da Avenida Niemeyer há sempre um bando de políciais militares. Tenho medo das blitz. Uma vez pararam-me e dei o dinheiro da cervejinha. Não tinha seguro, nem carta. Ia sozinha às compras, à Barra da Tijuca. Um lugar para malucos. Ainda não frequentava o Dr. Zieger. E por isso havia sempre bolachas e pasta de dentes em casa. Nunca faltava nada. Só eu.

Isto não é a prateleira de auto-ajuda

Maio 26, 2008

Bem, a primeira vez que ouvi falar na Patrícia Melo foi no blog do Francisco José Viegas, tinha acabado de chegar ao Rio. Comprei o livro das cobras, o Elogio da Mentira. Eu, não sei porquê - maybe i´m anal - tenho sempre esta mania de gostar de lembrar as primeiras vezes. A primeira vez que fui ao estádio Mário Filho, a primeira vez que ouvi João Gilberto, a primeira vez que me acabei a ouvir a Maria Bethânia e foi por ti Paulo Alexandre, que eras filho do polícia da esquadra de Benfica, mas beijavas que era uma maravilha (acho até que te sentia a pilinha, mas éramos muito novos, não sei), adiante que me perco - parece que o escitalopram já faz efeito ena, ena. E não dá para abusar dos gritinhos histéricos que quero começar nova rúbrica, porque as outras me estavam a chatear. É. Vou falar de livros. A propósito imensa gente (dois ou três, vá) têm escrito querendo saber por onde andam Neuzinha, Miguel, Marta e companhia e eu aproveito para dizer que estão em viagem de negócios e todos bem de saúde, mas que agora não me tem apetecido. Até porque estávamos na Patrícia Melo. E com ela eu aprendo. Aprendo a ter juízo, que é o que é preciso. Chego a chorar. De raiva e invejinha claro. Não gosto nada de ser confrontada com livros bons. Dão-me dores. Fecho o dito em cima da barriga, cerro os olhos e digo entredentes, Puta que bem que escreve esta gaja, puta. Merda. Puta e o big C@##%$&&**!.
Agora inventou uma história em que um GAJO LÊ O FUTURO NO PRÓPRIO CÓCÓ, ouviram? No próprio cócó e isso só não lhe chega, que também o pôs, ou fez, obcecado pelo Rubem Fonseca que claro, brilhantemente, também é personagem do livro.
Mas quantas caixas mais de Lexapro terei eu que enfardar, até conseguir aceitar que nunca serei a Patrícia Melo, ummm? E o dinheiro que isto me tem custado? E as idas ao tapete?
Enfim, só liguei para dizer que o livro é fantabuloso. E que de resto tá tudo igual: praia imprópria em Ipanema e no Leblon.
O autógrafo de hoje na Ana de Amsterdam também, também, também. Também me fez tomar a segunda metade do Lexapro. A que não era para hoje. Vou deixar de a ler. Que merda, c@#$¨&**@.

Tim Maia

Maio 24, 2008



Escrevo de janela aberta para este Outono quente do Rio e só por isso consigo ouvir o que os fulanos do segundo andar do prédio, do outro lado da rua, estão a ouvir. E é isto o que estão a ouvir. Levanto-me e vou espiar-lhes a alegria à janela. São novos num bairro de famílias e velhotes. O meu vizinho de baixo, um pedante de nome Danemberg, que gosta de não ter avós portugueses deve estar fulo. Fico contente com isso. Resolvo pedir um combinado especial de salmão e atum. São 23:50. Ontem tive saudades dos meus amigos, no entanto aí em Lisboa ninguém me levaria atum e salmão a esta hora, a casa. E os vizinhos da frente não estariam tão felizes, abrindo e fechando a geladeira, que resolveram colocar ao lado da janela, na parede principal da sala.

flip

Maio 19, 2008



CHEGUEI À OFICINA LITERÁRA COM O CORAÇÃO NUMA MÃO e a Arte da Guerra na outra. Uma edição de bolso muito mazinha, em substituição do recomendado A Cabra Vadia, de Nelson Rodrigues, esgotado em todas as livrarias do Rio. Gostava imenso daquele didatismo do Sun Tzu diz.
Tinha concorrido às vinte vagas com duas crónicas que fui buscar ao A bibliotecária que gosta de pinga, único lugar onde apreciava exercitar o meu cérebro para uma média diária de sete leitores. De uma das crónicas gostava mais ou menos. Chamava-se Irmãos e era uma graçola sobre o que os brasileiros achavam dos portugueses, mais ou menos nestes termos:
O que os brasileiros queriam que nós continuássemos a ser para gostarem de nós: Todos deveríamos continuar a ser padeiros, (quando muito donos de padarias); as mulheres deveriam dedicar-se a deixar crescer o bigode e a jamais tirar os pelos das pernas; deveríamos amar nosso passado escravocrata, madeireiro e comerciante. E, acima de tudo, não gostar de dizer que “descobrimos o Brasil”. Nunca, mas nunca, deveríamos apreciar um bom banho. Os homens lusitanos deveriam bater em todas as mulheres que ousassem sair da cozinha. E os nossos nomes próprios reduzir-se-iam a Manuel ou Joaquim ou Maria. Todos nomes que chamaria à minha futura prole, mas eu não conto, sou portuga. Deveríamos ficar anos sem ir “à terrinha” porque sim e porque “ir à Europa” é “chiqui” e o sonho de consumo de qualquer brasileiro. Aliás, Portugal nem é na Europa, né?
E ia até ao fim neste tom. Apesar dos exercícios, as minhas crónicas pareciam-me sempre canções do Roberto Leal, bem ritmadas, mas de uma simplicidade constrangedora.

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