Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

um blog da diáspora blasée

bela praia

Abril 17, 2009

"Watching Sontag become herself is nothing short of cathartic"

Reborn, Susan Sontag. Early diaries 1947-1964.

 

 

 

 

belo livro

Abril 15, 2009

Preparada para escrever e até com uma certa vontade de escrever, olho para a televisão e o Ronaldo está lá, nu da cintura para cima. Detive-me. Olhei e olhei e fiquei meio sem vontade do post, que é sobre a Ana de Amsterdam e a minha capacidade de inventar as histórias que queria reais e  depois pendurá-las por molas numa sala escura, como as fotografias, a secar. E portanto o corpo do Ronaldo não mais para aqui será chamado, embora a música Heaven, dos Talking Heads, martele  na minha cabeça.

A minha história com a Ana de Amsterdam, nada de nada, não poderia ser mais excitante, para mim. Portanto alimento-a a pão de ló e discuto-a com os meus amigos mais queridos que gostam de me apelidar de louca, em noites fumadas e bebidas que são as melhores porque paira no ar aquela esperança de nos compreendermos uns aos outros. Algo que com a idade vai sendo cada vez mais difícil. Digo isto tendo a felicidade de ter amizades antigas.

Um minuto mais e chegarei rapidamente à Ana. No entanto, como intróito tardio, devo  dizer que gosto de mulheres com história. Aos homens não peço esta coisa da história. Harpia que sou, prefiro sempre que a história deles comece comigo e acabe comigo, o que em alguns casos até já aconteceu (embora eles ainda não saibam e eu também não). E se isso é para rir ou para chorar that´s the question, e não estou nem aí para se isto é bonito de se dizer.  E ainda tenho o Ronaldo na minha cabeça e acho que devia ligar à D. Juju para lhe perguntar se aquilo do One night stand não seria bom com um tipo daqueles, que além de tudo não tem a desgraça de ser um ético-sensível.

 

Pois eu meti na cabeça que a Ana de Amsterdam me escreveu. Que foi ela quem uma vez me disse que não se dizia, nem escrevia, golos de àgua, mas goles de água. Que golos era mais com o Ronaldo (outra vez).

Atenção que literalmente a Ana nunca fme falou do Ronaldo. E a Ana não é a Ana e ela já me disse que não era ela, mas quanto mais ela diz que não é ela, mais eu acho que ela não pode deixar de ser ela e isto também tem a ver com uma infantilidade que não quero perder e com dias de espionagem, pagos por mim e por D. Juju, a peso de ouro, a um mânfio qualquer, que logo descobriu que aquela foto pequenina lá no blog era do Fouad Elkoury

 

Olá Mónica.

 

Não se preocupem. Alguém saberá exatamente do que estou a falar. Se a Ana Cássia Rebelo ou não, pouco interessa. O que aqui me importa é aquela cena, de que falava certo escritor, sobre comer as cascas da banana.

 

 

 

 

 

 

 

Leite Derramado

Abril 07, 2009

Juju entrou na Livraria Argumento decidida a passar pelos livros sem se deter na estante das novidades. Estava esfomeada, por isso tão desconfortável com o seu corpo, embora serena em relação às mais recentes decisões amorosas.

Corpo e mente eram raramente conciliáveis, tendo estado Juju,  toda a vida, mais ao serviço de pés, pernas e mãos desobedientes, que de um intelecto de jeito.

Como tal, não fez o que se esperava e virou a cara ao livreiro sol'icito, quando este vinha já com o livro cor de laranja nas mãos, prontinho para abstratos debates existenciais  e literários. Coisa detestada por ela: Andava achando que era meio puta, mas não fizessem dela uma puta fina.

Além disso, depois de Lisboa, qualquer livreiro  que não usasse um cachecol,  parecia-lhe insignificante. Isto porque sendo frequentadora do Atrium Saldanha, D. Juju tinha verificado (com espanto) que na livraria do dito lugar, havia um português encantador, com quem nunca chegou a trocar palavra.  Mulheres têm prazer só em olhar e nesta fase da vida não queria envolvimentos desnecessários, andando simplesmente atrás daquela luz prometedora que era a possibilidade de um diabólico One Night Stand.

 

 

 

 

 

Rock Progressivo

Abril 01, 2009

Já sabemos que o recente cinismo de D. Juju a levou a considerar leituras como Truman Capote e a flanar por Lisboa em fins de tarde contemplativos da banalidade da vida das outras pessoas, num total descompasso entre os avanços tecnológicos e a própria felicidade. Ao mesmo tempo, em casa, num doce e condescendente pretensiosismo voltava a passar horas o ouvir Pink Floyd, no pick-up, e aquelas letras sobre inadequação existencial, enquanto no Spam iam chegando mensagens estranhas como, would you like to be a sculptor of your penis?

Tudo isso já sabemos. O que não sabemos é que em resposta a um email SOS, Juju leu o que queria: Uma cínica tem vantagens inumeráveis. Tendo ficado a pensar que, se calhar, todo aquele silêncio mortal, ou melhor, toda aquela incapacidade de verbalização dos sentimentos, num recente encontro amoroso, lhe tinha trazido a  vantagem de não mais cair no ridículo das palavras de amor,  menos ainda,  toda nua.

Mais sobre mim

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Para Interromper o Amor

Correio

folhassoltas@gmail.com

Arquivo

  1. 2011
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2010
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2009
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2008
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2007
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2006
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D