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Junho 28, 2010
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Junho 28, 2010
Junho 24, 2010
Diz-se no programa: «É difícil prever o que farão os quatro, tão díspares. Saber o que cada um entende por ilustração faz parte do jogo: quantos verão no espelho da escrita um negativo da imagem, que negativo, quantas sublevações literárias estão e curso quanta prole quantas rasteiras, quantas explosões? Dificilmente será uma caravana. E apostamos, sem estorvo, em quatro aparições. Ainda assim, não vamos tão longe que antecipemos o número de cotovias que podem abrir o Atlântico ao antídoto de uma diáspora blasée, ou quantras transas conduzem as carnes divinas ao pecado.» (Texto roubado ao blog da Quetzal)
Afonso Cruz, Fernando Ribeiro, Jacinto Lucas Pires e eu. É hoje, apareçam.
Junho 24, 2010
Junho 23, 2010
Junho 22, 2010
O golo do Cristino Ronaldo é o golo feliz. Portanto é um golo que um país deprimido não considera. É um golo que em Portugal é uma paia, a mim, portuguesa emigrada é o GOLO que me vinga destes gajos todos.
A meio do jogo e quando já ganhávamos por quatro a zero o comentador brasileiro dizia que Portugal tinha que fazer mais para se qualificar, porque a Costa do Marfim podia dar SEIS, SEIS aos Coreanos. Pois bem, fizemos mais.
Ninguém sabe o gosto de uma vitória de Portugal se nunca tiver estado emigrado no Brasil durante uma Copa.
No Jobi a Bandeira. Na Rio - Lisboa, também. É bom para flutuar.
Até amanhã. Nos Pastéis de Belém.
Junho 20, 2010
Junho 18, 2010
Onde Estão?
Na enseada de Botafogo o mar é cinza
e sobre ele se erguem os rochedos da Urca,
o Pão de Açúcar.
É tudo solidamente real.
Mas e os mortos,
onde estão?
O Vinicius, por exemplo,
e o Hélio? a Clarice?
Não quero que me respondam.
Pergunto apenas, quero
apenas
fundamente
perguntar.
Ia cruzando a sala de manhã quando
me disseram: a Clarice morreu.
E no banheiro, depois, lavando as mãos,
lavava eu as mãos já num mundo sem ela
e água e mãos eram um enigma
de sensações e lampejos
ali na pia.
É que a morte revela a vida dos vivos?
Quando Darwin morreu
fomos todos para o seu apartamento na Rua Redentor.
Ele estava esticado num banco
enquanto eu via
pela janelasobre a praia
um helicóptero
a zumbir na atmosfera iluminada
longe.
Theresa, Guguta, Zuenir,
estavam todos ali e o bairro
funcionava, a cidade funcionava aquela manhã
como em todas as manhãs.
Não era realidade demais
para alguém deixar assim
para sempre?
A caminho do cemitério me lembro
havia uma casa espantosamente ocre
recém-pintada - e até hoje me pergunto
o que há de espantoso numa casa ocre
recém-pintada.
Não sei se devido à quantidade de automóveis
que há na cidade
o surdo barulho das ruas
e os aviões que cruzam o céu
o certo é que
subitamente
me pergunto por eles.
Onde estão?
Onde estou?
O mundo é real demais para alguém pensar
que se trata de um sonho.
Ferreira Gullar, in Barulhos
Junho 17, 2010
Tenho visto o Mundial ao som do António Variações. Por exemplo no jogo México vs França lembro-me que tocou, quando a cabeça não tem juízo o corpo é que paga. Para o corpitcho não pagar e para disfarçar e porque sou uma dissimulada e quero que gostem de mim tenho tido, junto à bandeira de Portugal, uma bandeira do Brasil na janela. Acontece que odeio o Brasil dos mundiais - menos aquele que perdeu injustamente contra a Itália, com aquela equipa maravilhosa, Zico, Sócrates e mais não sei quem - havia outro lindíssimo. Ainda hoje me lembro, estava na Barrosinha, em Alcácer do Sal, em casa da minha prima Fedra e fiquei mal, porque eles eram lindos, os melhores jogadores não eram só pretos, ou metrosexuais como o parolo do Ronaldo ou daquele inglês que agora não está a jogar e também não pareciam favelados cheios de guito. O Sócrates era médico.
Eu sei que não sou uma pessoa politicamente correcta, senão não estava para aqui a dizer isto, eu sei que me acho, que tenho as costas quentes, que gosto muito de Bryan Ferry e de bons restaurantes, que esnobo muito pessoas que foram comunas e hoje não têm cara para admitir. Eu fui comuna durante dois anos, no auge de uma paixão adolescente por uma amiga minha linda, e admito. Admito que chorei a ouvir A Internacional, no Alto da Ajuda, aos treze anos, de mãos dadas com ela e que foi fantástico ver o Cunhal e que tive vergonha dos meus pais que gostavam muito do Júlio Iglésias e dos ABBA e de férias em Marbelha e que tudo isso. Portanto, como é lógico, tenho até os meus traumas e foi-me difícil admitir que eu também gostava um bocadinho do Júlio Iglésias, principalmente quando vestido dos pés à cabeça de linho branco.
Como os, por enquanto quatro, Norte Coreanos também eu ando fugida. Mas eu é da ditadura do meu analista que me quer uma pessoa melhor. Acontece que o que preciso agora é recarregar baterias e mimo. E dizer que estou do lado dos camaradas que fugiram lá na África do Sul porque, ao fim destes anos todos, também já me passou a paixão pela minha amiga e isso (infelizmente) não me apetece dizer no divã do doutor Zieger, um freudiano que me ia encher de questões inteligentes e porcalhices do género insightiano.
PS - Zieger, Eu não sou racista, gosto de pretos e os pretos gostam de mim. Para mais o único jogador do Brasil que suporto é o que fez aquele golo sem saber como, o Maicon e de certeza contra instruções do Dunga, o treinador mais parolo e representante do pior que o Brasil pode ter ( além do Lula e da Dilma).
Quanto a nós, aquele gajo de risca ao meio não ganha nada há vinte anos e é parecido com o treinador burocrata da França . Sim, Carol, estou da Argentina e depois do Uruguai e do México. Do Novo Mundo, do mundo bom. Menos do Brasil ufano do Lula da Silva.
Junho 14, 2010
Junho 13, 2010
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