terapia
Março 04, 2010
A sensação de ter o livro controlado. O minuto em que se acaba de escrever um livro e se tem a noção: acabou. A leveza dos dias seguintes. Ver o livro. Chegar a Lisboa no Verão. A Praia da Comporta, Tróia. Os meus filhos. Os meus filhos na piscina com os amigos. O meu filho Tomás a ler na cama à noite, a explicar-me o que sentiu ao ver os Coldplay no outro dia, no Rio. Aterrar no Rio, o calor na manga, à saída do avião. Batidinha de maracujá no Cantinho do Leblon. A livraria Argumento para comprar livros para mim e para eles. Vê-los escolher os livros. A Francisca dizer: Mãe me compra uma sandália que não posso usar sempre o ténis. A Francisca a escolher um colete estiloso numa loja. A minha secretária. Escrever quando sai bem. Encontrar o ritmo da escrita e a rotina. Laranjas portuguesas. Rever o Annie Hall. Ir ao cinema a pé. Andar de moto sem capacete no Leblon. Guiar em Lisboa no Verão e sem ser no Verão. Um rádio muito bom no carro. A M80. Fernando de Noronha. Levar os putos a Fernando de Noronha. Nova Iorque. Cachorros quentes com Coca-Cola. Barcelona. Museus muito rapidamente. Paula Rego devagar. A música do começo do pessoal e transmissível. O bife do Império. Californication, Dr. House. Entregadores de tudo. O mar do Leblon no Verão. O Horário de Verão no Rio e em Portugal. Jantar ao fim do dia na Praia. Buenos Aires. O mar em Cabo Verde. Ler um livro. Os acasos feitos para o livro que se está a escrever. Dar presentes. Receber presentes. Ser mimada. Mimar. Dormir muito. Jogar ténis. Caminhar no calçadão muito cedo. Música, toda a música. Sensação de dever cumprido. O Chiado. Jantar no Bairro Alto. Comida Indiana. Massas. Vinho Chardonnay. Estar equilibrada. Café Nespresso. Um bom dia de praia no Rio de Janeiro. A minha rua no Rio de Janeiro. Os empregados do café em baixo da minha casa, em Lisboa. Ser paga para escrever. Poder esperar ser paga para escrever. T-shirts brancas novas. Alentejo. Queijo. Azeitonas muito bem temperadas.... Acho que por hoje chega.