O problema do juízo
Junho 04, 2010
Há poucas coisas que me dêem mais gozo do que serem sete da manhã de um dia de Sol no Rio de Janeiro. No entanto é claro que há outras coisas. Coisas que se aprende a reconhecer como perigosas por nos deixarem com o pipi aos pulos. E um pipi aos pulos é sempre uma enorme desgraça que com o passar dos anos se vai aprendendo a domar, muitas vezes com exercícios físicos ou atacando sudokus como se tudo fosse acabar amanhã.
Com a idade ganha-se juízo e portanto vamos aprendendo a fugir dessas coisas doces porque depois dá uma trabalheira danada sair delas só porque os joelhos já não são o que eram. Vem esta dissertação matinal a propósito de um Gâteau de rabada com polenta branca que comi ontem, ao jantar e que me levou a conhecer a cozinha do Garcia & Rodrigues, um erro enorme, porque normalmente não posso entrar numa cozinha e ver alguém a cozinhar - acho sexy - ou, simplesmente, um homem que saiba pôr a loiça na máquina, a pôr a loiça na máquina - acho sexy, sexy e penso logo em coisas. Acontece que com a idade veio o problema do juízo e infelizmente aprendi a arte de frustrar expectativas, minhas e de outros. Portanto agradeci a amabilidade e vi-me embora, toda eclipsada das maminhas e com o fetiche no bolso. (Outra vez)
