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um blog da diáspora blasée

Eu não dei Vuvuzelas aos meus filhos nem bolas que têm nome. Uma bola não tem nome.

Junho 17, 2010

 

 

 

Tenho visto o Mundial ao som do António Variações. Por exemplo no jogo México vs França lembro-me que tocou, quando a cabeça não tem juízo o corpo é que paga. Para o corpitcho não pagar e para disfarçar e porque sou uma dissimulada e quero que gostem de mim tenho tido, junto à bandeira de Portugal, uma bandeira do Brasil na janela. Acontece que odeio o Brasil dos mundiais - menos aquele que perdeu injustamente contra a Itália, com aquela equipa maravilhosa, Zico, Sócrates e mais não sei quem -  havia outro lindíssimo. Ainda hoje me lembro, estava na Barrosinha, em Alcácer do Sal, em casa da minha prima Fedra e fiquei mal, porque eles eram lindos, os melhores jogadores não eram só pretos, ou metrosexuais como o parolo do Ronaldo ou daquele inglês que agora não está a jogar e também não pareciam favelados cheios de guito. O Sócrates era médico.

Eu sei que não sou uma pessoa politicamente correcta, senão não estava para aqui a dizer isto, eu sei que me acho, que tenho as costas quentes, que gosto muito de Bryan Ferry e de bons restaurantes, que esnobo muito pessoas que foram comunas e hoje não têm cara para admitir. Eu fui comuna durante dois anos, no auge de uma paixão adolescente por uma amiga minha linda, e admito. Admito que chorei a ouvir A Internacional, no Alto da Ajuda, aos treze anos, de mãos dadas com ela e que foi fantástico ver o Cunhal e que tive vergonha dos meus pais que gostavam muito do Júlio Iglésias e dos ABBA e de férias em Marbelha e que tudo isso. Portanto, como é lógico, tenho até os meus traumas e foi-me difícil admitir que eu também gostava um bocadinho do Júlio Iglésias, principalmente quando vestido dos pés à cabeça de linho branco.

Como os,  por enquanto quatro, Norte Coreanos também eu ando fugida. Mas eu é da ditadura do meu analista que me quer uma pessoa melhor. Acontece que o que preciso agora é recarregar baterias e mimo. E dizer que estou do lado dos camaradas que fugiram lá na África do Sul porque, ao fim destes anos todos, também  já me passou a paixão pela minha amiga e isso (infelizmente) não me apetece dizer no divã do doutor Zieger, um freudiano que me ia encher de questões inteligentes e porcalhices do género insightiano.

 

PS - Zieger, Eu não sou racista, gosto de pretos e os pretos gostam de mim. Para mais o único jogador do Brasil que suporto é o que fez aquele golo sem saber como, o Maicon e de certeza contra instruções do Dunga, o treinador mais parolo e representante do pior que o Brasil pode ter ( além do Lula e da Dilma).

Quanto a nós, aquele gajo de risca ao meio não ganha nada há vinte anos e é parecido com o treinador burocrata da França . Sim, Carol, estou da Argentina  e depois do Uruguai e do México. Do Novo Mundo, do mundo bom. Menos do Brasil ufano do Lula da Silva.

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